Nódulo na tireoide: Quando é hora de considerar a cirurgia
Postado em: 11/11/2024
A Tireoide, uma pequena glândula em forma de borboleta localizada na base do pescoço, é fundamental para várias funções do corpo. Ela produz hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento e o desenvolvimento, influenciando desde a frequência cardíaca até a saúde óssea.
Os nódulos na tireoide são, basicamente, áreas de crescimento na glândula. Alguns pacientes percebem um pequeno caroço que pode provocar desconforto ou interferir na respiração e deglutição. Muitos nódulos, porém, são tão pequenos que só são descobertos acidentalmente em exames de imagem.
Cerca de 50% a 65% das pessoas saudáveis apresentam nódulos em algum momento da vida. Destes, aproximadamente 10% possuem características cancerígenas. Embora as mulheres sejam mais propensas a desenvolver nódulos, os casos em homens tendem a ser mais agressivos, e a incidência aumenta com o envelhecimento.
O tratamento varia: em muitos quadros, apenas o acompanhamento médico é suficiente; em outros, podem ser indicados medicamentos ou cirurgia da tireoide. Mas como saber se a intervenção cirúrgica é necessária?
Continue lendo para conhecer os sinais de alerta e entender quando a operação pode ser o melhor caminho para tratar os nódulos na tireoide.
O que são nódulos na tireoide?
Nódulos na tireoide são alterações na estrutura da glândula, caracterizados pelo surgimento de lesões arredondadas que podem ser sólidas, císticas (contendo líquido) ou mistas (sólido com líquido). Esses pequenos caroços podem aparecer isoladamente ou em múltiplas áreas da glândula.
Em algumas situações, esses nódulos crescem devido à atividade hormonal da própria glândula. Alguns deles podem até se tornar independentes, produzindo hormônios em excesso e gerando sintomas de hipertireoidismo.
Quais são os sintomas de nódulos na tireoide?
Quando se tornam visíveis, maiores ou palpáveis, os nódulos na tireoide podem apresentar sintomas como:
- Sensação de caroço ou aperto no pescoço;
- Rouquidão ou mudanças na voz;
- Dificuldade para engolir ou respirar;
- Tosse persistente sem causa aparente;
- Aumento do apetite;
- Nervosismo e agitação;
- Pele úmida, vermelhidão ou ressecamento;
- Cansaço excessivo;
- Queda de cabelo;
- Perda de peso sem explicação;
- Batimentos cardíacos acelerados.
A maioria dos nódulos malignos cresce lentamente e, quando detectados, geralmente são pequenos. Cânceres de tireoide agressivos são raros, mas tendem a apresentar nódulos grandes, firmes, fixos e de crescimento rápido.
O que causa um nódulo na tireoide?
As causas exatas dos nódulos na tireoide ainda não são completamente conhecidas. Eles podem estar associados a diversas condições de saúde que afetam a glândula tireoide, incluindo:
- Bócio;
- Cistos na tireoide;
- Inflamação da glândula tireoide;
- Adenomas da tireoide;
- Doença de Hashimoto;
- Deficiência de iodo;
- Câncer de tireoide.
Como um nódulo na tireoide é diagnosticado?
Muitas vezes, nódulos na tireoide são descobertos acidentalmente em exames de imagem realizados por outros motivos. No entanto, se uma pessoa notar um caroço no pescoço ou apresentar sintomas, o diagnóstico pode ser feito através de um histórico médico detalhado, exame físico e testes específicos, como:
- Exames de sangue: análise dos níveis de hormônios tireoidianos – tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) –, além do hormônio estimulante da tireoide (TSH), produzido pela glândula pituitária, para verificar se há excesso ou deficiência desses hormônios;
- Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou tomografia por emissão de pósitrons para avaliar a presença e as características dos nódulos;
- Biópsia (PAAF): punção aspirativa com agulha fina da tireoide, em que uma agulha é inserida no nódulo para coletar células e determinar se ele é cancerígeno.
Esses exames fornecem informações essenciais para decidir o melhor tratamento e garantir que cada paciente receba o cuidado adequado.
Quando a cirurgia é indicada para nódulo da tireoide?
A indicação de cirurgia para nódulo na tireoide depende de vários fatores relacionados ao tipo e ao comportamento do nódulo. Quando a punção aspirativa com agulha fina (PAAF) revela células cancerígenas ou suspeitas, geralmente é recomendada a cirurgia para remover parcial ou totalmente a glândula tireoide.
Após o procedimento, a terapia com iodo radioativo pode ser necessária para eliminar quaisquer células tireoidianas remanescentes, reduzindo o risco de recorrência.
Alguns nódulos benignos também podem requerer remoção cirúrgica, especialmente se forem grandes a ponto de gerar dificuldades para engolir ou respirar. Entretanto, a maioria dos nódulos benignos pode ser monitorada sem necessidade de cirurgia.
Nódulos hiperfuncionantes – aqueles que produzem hormônios em excesso – são raramente cancerígenos, mas podem provocar hipertireoidismo. Nesse caso, eles podem ser tratados com cirurgia ou com iodo radioativo para controlar a produção excessiva de hormônios.
Se a cirurgia não for indicada, o acompanhamento contínuo é fundamental. Geralmente, o monitoramento é feito com ultrassonografia da tireoide para avaliar o crescimento do nódulo e qualquer alteração nas suas características.
Conclusão
Decidir se a cirurgia é necessária para um nódulo na tireoide depende de vários fatores, incluindo tamanho, crescimento, sintomas e características suspeitas. Avaliações detalhadas e acompanhamento médico são essenciais para definir o melhor tratamento e garantir a segurança e o bem-estar do paciente.
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Dr. Thiago Celestino Chulam
Cirurgião de Cabeça e Pescoço e Referência em Tireoide
CRM-SP: 131730 | RQE 44274
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Thiago Chulam Cirurgião de cabeça e pescoçoFormado em Medicina na Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, com especialização em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Registro CRM-SP nº 131730